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Oui, we’re going to Parri

Assim que recebi o convite para ir para a França umas semanas atrás – depois de passar uns bons momentos de incredulidade – pensei que seria legal saber algo de francês caso desse certo mesmo viajar pra lá (acho que vou precisar estar na frente da torre Eiffel pra acreditar que deu certo viajar pra lá, mas isso é história pra outro post). Eu falo tanto sobre disciplina, técnicas e outras coisas relacionadas ao estudo de inglês, né, será que conseguiria aplicar as mesmas coisas no meu próprio aprendizado de um outro idioma?

Hoje, no último dia de abril, faz um mês que comecei. Tenho pouco tempo pela frente, mas quero registrar o que já aconteceu até agora e como estou me sentindo. Quem sabe não te inspiro a dar uma movimentada no estudo por aí também?

A primeira coisa que eu fiz foi reativar meu app de idiomas. Eu só tinha usado ele antes uma vez, para aprender um pouco de outra língua, e lembrava que era legal principalmente por conta do vocabulário e do estilo meio repetitivo que ajuda pra uma fixação mais ligeira.

Antes que me perguntem, já digo aqui como educadora: não dá pra aprender só com aplicativo.

Mas aí entra uma coisa que eu sempre soube sobre mim mas fazia muito tempo que não era colocada à prova nesse nível nem com esse intuito: eu sou uma criatura curiosa.

E por algum motivo que não sei dizer qual, me interesso naturalmente por idiomas, desde pequena. É uma curiosidade que foi se tornando mais técnica pelo fato de eu ser professora há tanto tempo e estar em constante contato com os detalhes. Olho pra fonética, pra cadência, pra gramática, pra similaridades entre idiomas. Várias coisas. Que me lembre, já estudei despretensiosamente um pouco de alemão, de espanhol, de holandês, de italiano e de francês. Mas assim como muitas pessoas que estudam inglês, nunca tive grandes oportunidades de colocar esses idiomas na prática com nativos e/ou em outros países.

Corta pra eu indo pra França agora pela primeira vez e sabendo que apesar dos franceses serem internacionalmente conhecidos pela comida gostosa, pelo bom senso de moda, pelos artistas, pela arquitetura… são também internacionalmente conhecidos por terem ranço de quem chega lá falando só inglês.

Nesse um mês me guiando pelo app, vi frases básicas do francês, jeitos de cumprimentar pessoas, de me apresentar, vocabulário sobre cidades, família e restaurantes. De gramática, vi um pouco do presente, de como formar o plural e de concordância de gêneros. Tem muita coisa parecida com português e muita coisa parecida com inglês. Ah, esqueci desse detalhe: meu app é em inglês então tô aprendendo francês em inglês. Você ainda tá aí? hahaha

Última coisa sobre o app, por enquanto: ele tem um aspecto competitivo com a gente mesmo que funciona muito bem pra mim. Você avança com prêmios e vantagens que conquista conforme se dedica mais – e perde essas coisas se fica sem treinar.

Pois bem. Sobre a viagem em si.

Comecei a pesquisar – nas redes sociais como uma típica humana do ano de 2024 – os lugares, as dicas, o clima, as roupas, tudo. De novo, criatura curiosa. Meus algoritmos logo entenderam o que tava rolando e começaram a me entregar um monte de conteúdo no tema Paris e França também. Dito tudo isso, eu não gosto de spoilers então vou dosando as quantidades mas no meio dessas pesquisas também descobri professoras como eu, que entregam frases úteis pra esse contexto de viagem já com a pronúncia certinha e as dicas sobre como o pessoal nativo reage. Criei um notes no meu celular com as frases que eu sei que quero usar (vale dizer: algumas coisas que o app já tinha me ensinado são diferentes das que pessoas reais recomendaram usar então vou ter que testar antes de poder tirar conclusões mais científicas).

Outras duas coisas que eu sempre falo pros meus alunos de inglês e tenho feito em francês: ouvir músicas e assistir filmes. Eu já tinha algumas músicas em francês espalhadas pela minha playlist de favoritas então juntei todas e mais algumas novas numa outra playlist e, quando o clima tá propício, coloco pra ouvir e tentar entender um pouco mais das letras agora que conheço mais palavras. Na semana passada também reassisti Eiffel, no Prime. É a história de como a torre foi criada desde o contexto histórico até as tretas pessoais do Gustave. Foi bem legal revisitar esse filme que eu já tinha amado quando assisti pela primeira vez só que agora assisti: sabendo que vou ver a torre pessoalmente em breve e ouvindo todos os diálogos em francês com um monte de expressõezinhas que já reconheço. Mas sabe, até escrevendo sobre isso agora, acho importante dizer que eu faço tudo de um jeito muito DE BOUA. Não é realista pra mim, considerando que essa viagem é uma viagem pra turistar e viver, ficar obcecada com o estudo ou com medo de não saber alguma coisa. Eu já sei que não sei um monte de coisa e tudo bem. Quando pego pra ouvir uma música ou fazer um exercício no app, eu fico concentrada e focada porque aquilo me interessa. Levo a sério porque para mim, naquele momento, quero absorver o máximo que eu conseguir. Mas é isso. Depois que acaba, já tô pensando em outra coisa.

Eu achava que meu aprendizado autodidata de inglês tinha sido assim porque eu era muito nova e não sofria pressão de ninguém pra aprender. Mas agora com francês, mesmo tendo uma data e um objetivo super a curto prazo, vejo que essa abordagem sem desespero é a minha, mesmo. Dá pra levar o aprendizado a sério sem tê-lo como prioridade absoluta na vida, até porque, como adultos, a gente sempre vai ter outras coisas acontecendo e demandando nossa atenção. Ainda assim, de um jeito natural, me vejo lembrando de palavras em francês ao longo do dia, imaginando cenários, pensando em mini interações que eu conseguiria ter com meu vocabulário atual. E eu fazia isso em inglês quando era criança também!

Com essa experiência de agora, estou percebendo que levar o aprendizado como uma curiosidade e não como um peso que gera medo e culpa é possível e dá bons resultados. Me sinto confiante quando consigo repetir frases em francês com uma pronúncia aparentemente boa e quando digito rapidinho uma palavra não tão óbvia (pesquisa como fala “irmã” em francês, arrimaria). É uma sensação muito gostosa que ninguém tira da gente.

Não faço ideia de como vai ser estar lá e nem se o que eu estou aprendendo será suficiente para conseguir boas interações com os franceses na terra deles. Mas mesmo que seja esquisito, que eu passe situações constrangedoras e dê algo errado por conta de mal entendidos, vou aprender na prática e isso é tão valioso que fico animada até para tomar uma baguetada na cabeça caso eu xingue algum francês sem querer e ele me odeie. Pelo menos as comidas sem fromage acho que eu vou conseguir, veremos.

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Comments (

4

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  1. Cibelle

    Ahhhhhh, que da hora! Eu sei algumas coisas da França por causa de outros influenciadores. Tô curiosa pra saber o que vc nos dirá sobre toda a experiência no país e tenho certeza que vai se sair mega bem com idioma(enjoy😉)

  2. Jeanny

    Muito legal saber que você também está passando por esse processo de aprendizado novamente, Cintia!

    Eu particularmente nunca fui muito fã de francês, ao contrário da minha irmã, e sempre quis aprender italiano. Mas nunca me dediquei realmente a isso, só tinha uns períodos temporários de hiperfoco no italiano que me renderam saber cantar algumas músicas dos artistas que eu gosto de lá, mas sei falar pouquíssimo.

    Porém, o francês vem me cercando faz um certo tempo e anda parecendo que poderá me ser útil em breve, então tá me cutucando aqui e ali e vou acabar me rendendo a aprender (apesar de achar uma traição com o italiano se eu realmente aprender francês primeiro hahahah).

    Mas enfim.. é muito curioso e interessante o processo de aprendizado. Fiquei feliz por saber que você vai ter essa oportunidade de estar em terras francesas e vai aplicar na prática o conhecimento que está absorvendo.. torço pra que seja uma experiência boa e estou ansiosa pelos próximos posts/conteúdos sobre isso!

    Bon voyage ^^

  3. Ricardo Breda

    Curioso pra ouvir você falando em francês!

  4. Juliana

    Que delicia ler esse texto com a sensação de que estou espiando um diário kkkkkkk

    Ja estou ansiosa para os os posts no Instagram e como você vai aproveitar a vibe da Europa pra ensinar mais coisas legais de inglês pra gente 🙂 Enjoy your amazing trip, queen!