Vou responder sem delongas: você não aprende porque está estudando errado. “Errado como?!”, vem o choque já com um pouco de raiva em cinco segundos de leitura porque algo te diz que a culpa realmente vai acabar sendo sua. Pois bora de Xeroque Romes investigar nesse post.
Com tantos recursos e ferramentas disponíveis hoje em dia, um erro que eu percebo ser muito comum é o excesso. Se você está no processo de aprender inglês e segue 30 perfis de dicas no Insta, já comprou uns 5 cursos diferentes, lê páginas e páginas de livros de gramática e assiste ao mesmo episódio de uma série três vezes… you’re doing it wrong. O excesso de informação vira uma mistureba sem sentido no seu lindo cerebrinho que na real só precisa de foco, constância e algum tipo de lógica para aprender de fato um novo idioma. Fora o tempo precioso que você gasta em atividades que só te cansam em vez de treinar. Que tal filtrar os perfis no Insta e confiar num único método que tenha a ver com você? Esse negócio de assistir três vezes o mesmo filme pra “estudar” é no mínimo demorado demais. Te garanto que tem jeito melhor de usar seu tempo com a Netflix.
Outro erro comum é achar que a mágica vai acontecer por osmose. Mesmo que você pague um professor particular ou uma escola de idiomas e faça aulas duas vezes por semana, se você não incluir o inglês no resto dos seus dias, você não vai conseguir desenvolver o idioma tão cedo. Quem é mais velho gosta de enfiar as quiança como argumento nessa parte, tipo “ah mas meu sobrinho de 3 anos mora fora do país e já fala em dois idiomas, pras crianças é muito mais fácil né?” – não, não é. O que acontece com os pequenos é que, tendo a cabecinha fresca e livre dos montes de medos e traumas que nós marmanjos desenvolvemos ao longo dos anos, eles assistem muita TV e YouTube repetindo tudo o tempo todo. Quando não entendem, perguntam. Repetem sua resposta. Perguntam de novo. Repetem de novo. Aprendem, nos desenhos e vídeos, conceitos que não sabem ainda, observam linhas de raciocínio, ouvem muitas histórias. Pedem pra gente colocar as mesmas músicas mil vezes, cantam no banho, na mesa do jantar, no caminho pra escola. Meu próprio sobrinho, inclusive, ainda fala uns negócios com sotaque britânico a la Peppa às vezes, mesmo tendo um total de zero pessoas em volta dele falando com esse sotaque no dia-a-dia. “I’m over he-ah”. O ponto é, novamente: contato e constância.
Aí tem isso dos medos e traumas, eu sei. Mencionei aí em cima porque, de fato, é uma vantagem que as crianças têm em comparação aos adultos. Mas uma coisa que você sabe por experiência de vida é que erros são inevitáveis. Quanto menos medo de errar, mais cedo você erra e aprende. Tira da frente e vai pra próxima fase. Deixar de falar uma palavra porque você tem medo de errar a pronúncia nunca vai te permitir corrigir essa pronúncia e acertar nas próximas, percebe? Na nossa cabeça muitas coisas soam melhor do que quando saem, é normal. Tenha coragem e não se leve tão à sério nesses momentos. Se o problema for o ambiente ou as pessoas, invista em um professor que te deixe confortável ou ache pessoas legais com as quais você fique a vontade para conversar e rir. Dá até pra praticar sozinha(o) gravando sua própria voz e ouvindo em seguida. Jeito tem e erros também. N-o-r-m-a-l.
Outra coisa que muita gente perde ao longo da vida é a curiosidade. Assim que você descobrir que dentro da letra de uma única música em inglês pode existir um universo de referências, gírias e história, você vai descobrir também que estudar não precisa ser chato. Aliás essa é uma das minhas grandes convicções: estudar não precisa ser chato. Com uma boa dose de curiosidade sobre os assuntos que você gosta, seu aprendizado vai voar pra lugares muito mais interessantes que essa listinha mequetrefe de phrasal verbs aleatórios que você tem largada aí. Idioma é cultura e cultura vai muito além de sujeito + verbo + complemento. Imagina aprender sobre os boroughs de Nova Iorque só porque a Jennifer Lopez fala que é do Bronxs? Foi como eu aprendi. Prestando atenção, pesquisando e tendo curiosidade de entender as coisas em vez de só falar. Isso é só um exemplo do tempo em que minhas pesquisas ainda eram feitas em livros e revistas porque eu não tinha internet então imagina o tanto de informação que você tá perdendo quando só “joga a letra no Google” pra pegar a tradução. Capaz de ter imagem 24h ao vivo do Bronx e transmissões das rádios locais neste exato momento em algum canto da internet. E os vlogs, os posts em tempo real e a chance de falar, de graça, com pessoas de verdade pelas redes sociais. Qual assunto te interessa? Levantamento de peso? Plâncton? Comportamento humano? Tenha curiosidade e alimente-a em inglês.
Eu disse lá no começo que você não aprende porque estuda errado. O erro pode ser um dos listados ou vários, mas é importante entender o que tá rolando antes de desistir pela milionésima vez. Pode ser, sim, que seu professor não esteja sendo eficiente, que o curso seja ruim e/ou que o material esteja dolorosamente desatualizado. Ainda assim, é responsabilidade sua dar um jeito de resolver isso: seja trocando de professor, cancelando o curso e/ou pedindo por um material mais personalizado. Ninguém vai aprender por você então coloque-se à frente dessa missão e faça a sua parte.
Thoughts? Vem de comentários!
Todas as dores que eu tinha antes de fazer o Intensivo. Hoje minha cabeça está bem consciente de que depende de mim aprender o inglês ou qualquer outra coisa, só ver série legendada não vai resolver o problema. Adorei que voltou com o blog, sou cringe e ainda acompanho alguns =)
Você foi uma das alunas mais dedicadas no Intensivo, o resultado é mérito todo seu!